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Amadora, metida a poeta. Não me levem muito a sério...rss!

TEMPOS DE SELFIES, OU AUTORRETRATOS


Imagem: Pixabay

e, na fotografia vi ao fundo
refletido no espelho
em letras gravado
num vidro jateado
o teu nome escrito
nome e sobrenome
abaixo, em diferente fonte
eu li a palavra "advogado"
que por sinal rima com teu nome...
Sandra May


Foto autoral
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, oceano, céu, nuvem, atividades ao ar livre, natureza e água







EM TEMPOS DE GUERRA

Foi no dia 25 de outubro de 2011 que eu escrevi este texto, uma das primeiras publicações do blog.

Amigo, antigo, agosto, agora, agrado, antílope, antiquário, autônomo, altruísta, augusto, agradável. Abominável, albergue, alface, anão, avião, alçapão, alemão, áspero, apático, aptidão, algodão 
Anjo, arcanjo, aquarela.

Em dias de chuva
Cheiro de terra
Cheiros de guerra
Aguardando jovens jardineiros
Que descansam sobre a grama
Sob a lama, sujando a honra

Os uniformes camuflados
Manchas de nada
Imitam quase tudo
É a guerra
É a terra

São as lágrimas que já não escorrem
Pelas faces sujas de poeira
Secaram!
...e se não tivessem secado
Escorreria barro
Pelos rostos amargos
Rostos quase apagados
Como fotos muito antigas
Como tempo passado
Que vai apagando memórias
Desvanecendo velhas histórias
Sonhos
Muitas saudades

Tudo volta ao princípio
Completa o ciclo
Se tornando nada
Começo do tudo

Rostos amargos
Menos grama
Lágrimas
Outros jovens jardineiros
Sob a lama.
Sandra May



Parafraseando Sandra

E sobre a terra agora ressequida
Passada a guerra, até onde a vista alcança
Flores, muitas flores, vida,
Vida após a morte, a morte da esperança!
Ed Bellows

Querida amiga Sandra, revendo tudo isto agora, 10:04 hs de 01/12/2015, quase um mês depois, sobreveio a emoção e quase não conseguia ler em voz alta, para minha esposa. Deve ser a resposta deles, de lá do outro lado...
Parabéns. É assim que são os verdadeiros artistas, que conseguem tocar fundo!
Bjs

   Aos mortos, flores e lágrimas!
Aqui está o link da postagem original

Onde fica Pasárgada?











O que me consola
É pensar em Pasárgada
Vou me embora pra Pasárgada
Pois lá é o meu lugar

Quando o coração aperta
Aperta pra valer
E o nó na garganta
Não impede o rolar de uma lágrima
Ou de muitas águas

Não sei onde fica Pasárgada
Só sei que estou indo pra lá

O meu lugar, uma floresta densa, quase fechada
Só dá pra ver um pouco do céu
O suficiente

Nela tenho quase tudo que preciso
Mas às vezes sinto medo, muito medo
Reconheço minha solidão e penso em gritar por ajuda

Inútil
Ninguém me ouviria
Então deito na terra úmida e quente
Aspiro o cheiro do verde
E cravo meus  olhos no azul
Estou conectada com a vida, viva a vida!

Agora acontece o que ninguém acredita
Sou Metamorfose
Meus braços se alongam em facas e foices
E mais uma vez abro caminhos
Onde parecia impossível.
Sandra May
2011

Foi refletindo no poema de Manoel Bandeira que escrevi esse poema.

Encontrei nesse site http://pt.slideshare.net/SMBibliotecas/projeto-o-jogo-do-poema,várias paródias muito interessantes de poemas célebres. Estou postando o que se relaciona com o meu poema, mas, querendo conhecer os outros, é ir no site...muito bons!

Meu futuro

             Vou-me embora pra Pasárgada
                  quero ser amiga do rei
                não tenho tu...

FAROL


O vento cortava até gelo
O homem de pé vigiava
Dia e noite e noite e dia
Feito cão fiel
Ela por sua vez
Dura gélida e fria
Maravilhosa e cruel
Observava infinitamente
Os mares do Atlântico Sul!

Passaram muitos anos...
O homem o tempo levou
A sereia o vento enferrujou.

Sandra May / 2016






A ILHA



Havia uma porta
No meio do seu peito
Fechada
E janelas sem cortinas
Sem vergonha, escancaradas
Por onde ela fugia
Em noites nuas, estreladas.

Havia um sol do lado de fora
Havia noite dentro da casa
Que agora pede
Que se conceda
Uma indulgência
Um barco a vela
Um vento propício
Daqueles que às vezes sopram
Dos quatro cantos da terra
E a liberte da ilha
A qual fora condenada.
Sandra May - 2015