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Amadora, metida a poeta. Não me levem muito a sério...rss!

MARIA E NINA

Vou transcrever um livro que minha filha ganhou de aniversário quando criança. Eu lia pra ela e não sei quem gostava mais...se era ela ou eu!
O título do livro é "O FIO DO RISO"; História e desenhos de Angela Lago. EDITORA VIGÍLIA LTDA Belo horizonte. Se eu fosse você tentaria obter. Vamos lá...

Era uma vez a menina,
conhecida como Nina,
que era muito sozinha.
Maria lá na cozinha,
só fazia companhia
ao fogão, panela ou pia.
_ "Arroz, feijão e pudim
Trabalho que não tem fim."

"Ai, ai, ai, mas que tormento,
viver nesse apartamento,
sem uma mosca ou formiga
que queira ser minha amiga."
Nina, estava tão triste,
passarinho sem alpiste.
Aí lembrou de repente:
_"Telefone vira gente."

_"Disco um número qualquer
e atenda quem quiser
bater um papo comigo.
Se não der certo, nem ligo."
E foi discando, discando...
O número só aumentando
_"Quanto maior, mais distante."

E atenderam por certo
de um lugar que não é perto
nem do Brasil, nem da China.
E era uma voz tão fina,
tão suave e delicada,
ah...uma voz de fada!

_"Aqui fala Pimplinar
Com quem deseja falar?"
"Com ninguém especialmente,
mas me sinto bem contente,
por você me atender.
Se ao menos pudesse ver
você, seu mundo, sua gente,
que devem ser bem diferentes,
seria mesmo um prazer.
Pode me satisfazer?"

Pimplinar lhe disse: _ "Venha,
fecha os olhos e retenha
um pouco a respiração.
Vai ouvir um furacão.
Puxo você pelo fio,
talvez sinta um calafrio.
Não tenha medo porém, que já não é nenhum neném."

Vento do sul e do norte
soprou e soprou mais forte.
E lá se foi \nina p rá dentro
do telefone cinzento.
Como não sei explicar
Muita mágica pelo ar.
Vento do norte e do sul
soprou pelo céu azul.

_"Os olhos já pode abrir,
mas me prometa não rir
de nada nem de ninguém.
Todos vão lhe querer bem,
se esta regra respeitar,"
_"Que beleza, quantas cores!
São borboletas ou flores?"

_"É claro que rir não vou."
Mas nisto Nina avistou
uma formiga saúva,
com um bonito guarda chuva,
montada na tartaruga.
por sua vez de peruca.
Passou uma perereca,
vestida só de cueca.

_"Claro que não quero rir,
mas como vou conseguir,
se quem canta é o leão,
pondo todo o coração
e dançam rinocerontes,
com seus saiotes brilhantes
e a casa do caramujo...
eu nunca vi tanto luxo?"

Vejamos se tem cultura,
se está a nossa altura.
Senão terá que voltar
para onde é seu lugar.

Poesia sem título/ Sem promessas

Poesia Sem Título (1979)

Quero que venhas depressa
O tempo é pouco
Careço de partilhar meus delírios com você
Conheço lugares jamais penetrados
Misto de poeta e pirata
Só os loucos são capazes de voar
Não tenhas receio de mim
Quero Te levar aonde estou
Como poderei mentir-lhe
Se eu sou somente o que sou?

Raul Seixas


SEM PROMESSAS
Sandra May

Não tenho passado nem futuro
Tão pouco presente tenho
Estou simplesmente num agora
Que passou

Meu devir que se repete
Se repete, se repete, se repete
Tudo sempre a se transformar
Metamorfosear

Visito com frequência os espelhos 
Não adianta eu tentar disfarçar
E confirma-se o esperado
Ela não está mais lá

Foi transmutando
Se convertendo
Uma borboleta fortalecendo as asas
Segundo a natureza
Meu destino é voar!

Anexo vai o convite:
Se quiser vir junto comigo
De olhos fechados e coração aberto
Não faça cerimônia

Posso te mostrar as flores mais belas
Aquelas que exalam singulares perfumes
Delicadezas 

Muitas palavras não te prometo
Prefiro os longos silêncios
Tagarelar não é minha praia e nem gosto de carnaval.!

Não te iludo
eu te prometo o sol
se hoje o sol sair...
Sandra May










Coração alado


Todos os dias eu procuro
Não sei exatamente o quê...
Mas a curiosidade não me impede de prosseguir
Descobrir novas galáxias nesses olhos infindos
Olhos verdes?

Esse é meu desejo
O gosto do beijo
O coração descompassado
...e o frio correndo pela espinha

Vida que prossegue vadia
Ociosa e criativa
Se você some alguns dias
Sinto sua falta, imóvel e silenciosa
Eu ? Vou viajando através das páginas do infinito livro
Conhecendo os universos que te incluem

Já aprendi alguma coisa, mas...
Muita coisa vai ficar por aprender
Até  já me basta, é suficiente
Andar procurando por você

Tenho o mundo inteiro aos meus pés
Estou inteira nas mãos de Deus
Enquanto criança que sou
Vou brincando de faz-de-conta

Levito sem nenhuma preocupação
Alço longos vôos
Algumas vezes sou pomba
Já em outras me ouso águia

Entro com calma no ninho
Espio os meus filhotes...
Sonhos novos
Acabei de pari-los
Por um tempo me sustentarão
Enquanto eu puder provê-los.
Sandra May/2014
                    
 


PARA SEMPRE (Drummond)



Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,

luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho


Carlos Drummond de Andrade




CAMA VAZIA

Na cama vazia uma sombra fenece,
Suspiro se solta, vestido de louco,
A mão que procura se perde, arrefece,
Por ter tido muito e sobrado tão pouco.

Cortinas, espelhos, sofás, almofadas,
Imóveis na espera do que não volta,
Relembram a mágoa das noites paradas
Nos lençóis de linho em fúria revolta.

O quarto esquecido em solidão de ausência,
A mão que procura e tateia pra nada...
Navegam no escuro batéis de demência, 
Que a mancha da noite morreu de cansada.

Se há gritos na rua, ou são arvoredos
Ou gente que berra no seu desvario,
Fugindo à desgraça, à sombra dos medos,
Ou pobre mendigo tremendo de frio.

Será pois da morte o escuro capote,
De cal a brancura da face sombria?
Será uma musa ditando algum mote
Pra versos de raiva pra cama vazia?

Quem há de fazer um poema perfeito,
Quintilhas ou odes à viva saudade,
Se a mão, percorrendo esse lado do leito,
Só toca na angústia da triste verdade!

A marcha das horas remarca infinito
E, lentos, os passos de quem já não vem,
Perdidos agora, não são mais que mito
Ou são cantarinhas perdidas no além.

Nas voltas e voltas, estria madura,
O sono não vem, e nas horas que vão,
Desejos de agora não são mais loucura
E a ausência não pode ter graça ou perdão.

Tito Olívio Henriques
2º lugar no concurso de Seleção de Poetas Notívagos 2001
Realização site da Magriça - Poesias e Escritos
www.notivaga.com


AINDA BEM

Que quando me olho no espelho ( ...e faço assim com frequência)
Vejo um mundo mais verde
Sempre em diferentes tons
Jade, esmeralda ou menta
Tanto faz...
Meu coração não envelhece
É coração de criança
Ainda bem!
De todos, o verde que mais gosto
É aquele que chamamos Esperança.
Sandra May / 2014





A LUA E O MAR

No violáceo da noite  vagueia a Lua
Bela, branca - luminescência que encanta
E a alma imanta à chave dos Mistérios...

Cristal flutuante embelezando os Céus!
Segredos bem guardados sob etéreos Véus
Cobrem-lhe a face de mística Candeia...

Ah, espetáculo divinal é o contemplar-te!
Perambular o Espirito em tua companhia
Levitar contigo, redonda Lua - Cheia!

Aqui, olhando o Mar
(cigana solicitude)
Vejo que o mar tu beijas dissimuladamente...

Também sinto-te o beijo, assim...tacitamente
e a areia tu clareias com branda fluorescência...

E nessa sedução de trocas de Segredos
Te faço de meus ais parceira e confidente
E extraio da Emoção a poética Essência!

O Mar ruge baladas de Prata e de Espuma
Em doida percussão gemendo em suas ondas..

Estás de mim tão perto que sinto-te o perfume!

Enciumado amante é o Mar em seu queixume
Querer com o sal das lágrimas roubar-te o prateado Lume!
Minh' Alma fascinada se senta e saboreia
(assim ao deus-dará pelos degraus da Vida)

À minha frente o Mar...No céu Ela passeia...

E a cena que enternece o âmago da noite
é o Mar apaixonado flertando a Lua- Cheia!

João José Oliveira Gonçalves ou JJ Poeta
1º Lugar no Concurso Von Breysky 2001
Seleção de Poetas Notívagos 2001 - Site da Magriça, Poesias e Escritos
www.notivaga.com

Imagem pesquisada na Internet

EU SOU DE PETRÓPOLIS, MUITO PRAZER !














TEMPO DE DESENHAR

Desenhos autorais
Sandra May




ETERNO EM VERSO ESPLENDIDO!

Soneto de Devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
Vinicius de Moraes

                                                   Pesquisa de imagem: internet


GRITO 2


Desculpe o mau jeito
É que havia no peito
Um nó tão apertado
Que me senti sufocado
Eu tive que gritar
Pra poder respirar;
Gritar que te amo
De uma forma explícita.
Desafiando a física,
levitei, flutuei, voei
depois do grito que dei.

Antonio Cesar da Silva


Pesquisa da imagem: internet