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Amadora, metida a poeta. Não me levem muito a sério...rss!

QUANDO AS AVES VOAM


Quando as aves voam
Imigrando ao infinito
Eu me vejo tão perdido
Que agregado as sigo em vão...

Quando as aves voam
Vou aos poucos percebendo
Que mesmo essas hábeis aves
Se cansam ao voar contra o vento

Quando as aves voam
Batem-me as asas da esperança
De volver quem sabe um dia
Onde a consciência deixou a criança...

Quando as aves voam
E no firmamento pontos vão tingindo
Estreitam o horizonte aos meus olhos
Que as estavam perseguindo.

Mas eu também posso voar
Quando dou asas aos sentidos
E assim posso ver tantos horizontes
Quanto tenho perdido...
Valter Moreno

HELENA

Escrevi este poema no dia 11 de maio de 2012.  Era  o dia das mães...
O título original é MÃE.

Imagem gratuita  Pixabay

De tantos dias esperando
Incansavelmente não perdeu a fé
De chegar não se sabe onde
De encontrar-se com  não se sabe quem
Assim os dias foram passando
Moídos com mãos pacientes
Desfiados um a um

E tantos tempos foram passados
Que sua pele enrugou-se em vincos
Como sulcos de terra seca
Como verniz velho, craquelado
Como das árvores muito velhas
As velhíssimas árvores avós

E os sonhos?
Ah, os sonhos!
Aqueles se mantiveram intactos 
Havia bebido da fonte da juventude
Porque ela conhecia O segredo

Das lembranças ?
Guardava as bandeiras brancas 
Tremulantes em varais ao vento
Roupas enxaguadas em águas de anil
Coisas do passado

E dos dias de luta restou a paz
Da certeza do papel cumprido
Dos travesseiros livre dos espinhos
Dos lençóis de algodão macios

Assim dormiu
Deixando meu coração tão vulnerável e oco
Assim dormiu
Em começo de noite
Deixando minha vida em total eclipse
Congelado momento
Assim dormiu minha mãe
Assim dormiu a minha Mãe.

É sempre uma dor imensa 
A falta que me faz
E a tua lembrança, mãe!
Sandra May

Recomendo visitarem o blog A Mulher e a Poesia, da escritora portuguesa, Elvira Carvalho, que publicou este meu poema no seu espaço em homenagem ao dia das mães.
Gratidão, Elvira!