POSTAGENS RECENTES NO BLOG

Amadora, metida a poeta. Não me levem muito a sério...rss!

MÃE


De tantos dias esperando
Incansavelmente não perdeu a fé
De chegar não se sabe onde
De encontrar-se com quem não se sabe quem
Assim os dias foram passando...
Moídos com mãos pacientes
Desfiados um a um.

E tantos tempos foram passados
Que sua pele enrugou-se em vincos
Como sulcos de terra seca
Como verniz velho, craquelado
Como das árvores muito velhas
As velhíssimas árvores avós.

E os sonhos?
Ah, os sonhos!
Aqueles, se mantiveram intactos e preservados
Havia bebido da fonte da juventude
Porque ela conhecia o segredo.

Das lembranças ?
Guardava as bandeiras brancas 
Tremulantes em varais ao vento
Roupas enxaguadas em água de anil
Coisas do passado.

E dos dias de luta, restou a paz
Da certeza do papel cumprido
Dos travesseiros livre dos espinhos
E dos lençóis de algodão.

Assim dormiu
Deixando meu coração tão vulnerável e oco
Assim dormiu
Em começo de noite
Deixando minha vida em parcial eclipse
Congelado momento
Assim dormiu minha mãe,
Assim dormiu a minha Mãe.

Sandra May