Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Mario Quintana
Sandra quando li o livro, não resisti e escrevi:
ResponderExcluirda Florentino de Paula
Eu também escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta não é da cor de suas venezianas
- elas são da cor do pêssego, e a tinta que
tinge este poema não é verde - é da cor da noite:
Preta!
Não sei que paisagem há lá fora
Não sei se há um paisagista doidivanas
Mas certamente há outros pintores
mesclando a noite com outras cores.
Ah Poeta, também vago solúvel no ar,
também fico sonhando...irisando...
Já nem penso – simplesmente escrevo tingido.
Estremeço-me e me transmuto em tua paisagem.
Ah e quem me dera, Poeta, ter morado na rua dos cataventos.
Paulo Francisco
beijogrande
Simplesmente encantada, Paulo! Um comentário em poesia...obrigada.
ExcluirBj amigo S2
Lindos os dois poemas. :) Antonio Cesar (Um tanto ou quanto anônimo)
ResponderExcluirObrigada pela visita e comentários, Antonio Cesar! Meu amigo, Paulo Francisco escreve lindo mesmo. Pena que parou...como você!
ExcluirAbraços!