Imagens gratuitas: Pixabay
Em 08 de dezembro de 2011, dois meses após ter criado este blog, eu escrevi o texto a seguir.
incisiva e crua
tenho um espinho na carne
e um punhal cravado no peito
noites de pouco sono e dias verdes
feitos de reflexões costuradas
passos cuidadosos e quase débeis
captando o pulsar da terra
pão sobre a mesa / erva no chão
estremece o interior da terra
e o inferno não podendo conter-me,
explode
arremessada entre lavas incandescentes
escorro fogo
sopram ventos
desaguam tempestades torturantes
toda a existência sob flagelo
sou rocha
sobre mim edifiquem suas casas
construam seus pilares
me ponham por altares
posso ser polida
posso ser lascada
fendida, escorrerei as muitas águas
fonte, saciarei as muitas sedes
Triturada, areia
finíssimo pó, talco
pedra, dura pedra
pedra, lisa pedra
viajante solitária do grande universo
meteoro fui
por encontro alucinante
estrela cadente sou
(façam três pedidos)
quebrei vidraças, parti corações, venci gigantes
Golias jaz morto a meus pés
no entanto não lhe deceparei a cabeça
não exibirei troféu
chega de sangue
pedra, dura pedra
pedra, lisa pedra
faísco cristal
e super aquecida
me modelo diamante
comovendo women's corações
pedra, dura pedra
transformada e sempre pedra
pedra no meio do caminho
pedra que é o meu espinho
pedra no nosso caminho
pó de pedra disfarçada
punhal e espinho
seixo, entre as sombras descanso
no poço raso de um rio
Sandra May
"Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!"Salmo 150
Boa noite de paz, querida amiga May!
ResponderExcluirPoema muito intenso... bebi com sede do início ao fim
Teve um Verso que me marcou profundamente:
Chega de sangue!
Isso mesmo!
Não se suporta mais tanta desolação sobre a face da Terra.
Em outra ordem de coisas, querida, estamos comemorando o fim das charretes aí. Que beleza!
Pobre animais!
Tenha dias felizes e abençoados por Deus!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🌷🙏😘
*pobres animais!
ExcluirOlá, Roselia!
ExcluirEstou devendo visitas, eu sei...
Tenho estado assim, sei lá como...vadiando eu acho...
Quanto às charretes daqui de Petrópolis, graças ao bom senso e amor aos animais, estamos livres de conviver com aquela abominação. Deus proteja os cavalos, e quem não estiver satisfeito, que vá puxar as charretes pelo centro histórico.
Beijos!
Oi Sandra, que maravilhoso!! Um rocha se desfaz mesmo que leve anos e anos, planetas, estrelas...Quem dirá nós que destruímos as rochas do planeta...as vidas nele. Sobre as rochas edificamos, sem autorização delas) nossas moradas e ainda ousamos fazer 3 pedidos diante de fragmentos de rocha, de vida.
ResponderExcluirFico ainda refletindo sobre seu texto, achei o máximo o depoimento da rocha, parabéns!!
Abração!
Oi, querida MAY!
ResponderExcluirE quem escreve assim tem um coração nada rochoso e de boa índole.
Seu poema está atual, é mto forte e até nos deixa "incomodadas". A mim, deixou. Algumas "rochas" se julgam com tanto poder, mas, no final, não passam de seixos descansando no leito de qualquer superfície líquida.
Evidente que esse seu poema pode ter outras interpretações, mas a que escrevi, foi a k senti.
Beijos e adorei o "Depoimento", escrito em 2011, mas, infelizmente, sempre na "moda".
Lindo texto
ResponderExcluirGostei de ler
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - 69 - Sixty nine
Obrigada, Kique!
ExcluirBj!
Oi Sandra, foi de uma inteligencia e felicidade em se fazer pedra e poetizar tão belo.
ResponderExcluirA imagem é estonteante.
Lendo via a pedra em todas suas situações e até me arriscaria te-la visto, torturando os grãos de milho, no mais fino fubá, que na mesa do mineiro, vira lindo saboroso angu, ou mesmo transformando em canjiquinha(querela), que espalhadas pelo terreiro alimentava as esvoaçadas pombinhas rolinhas, famintas por alimentos para seus filhotinhos.
É lindo isto Sandra o que pode e quer a poesia e o poeta.
Meus aplausos amiga.
Obrigado por reeditar e nos permitir esta viagem no centro da Terra.
Meu abraço com carinho.
Beijo de paz amiga.
Fico feliz que tenha interpretado tão bem o poema, Toninho.
ExcluirNo final toda pedra acaba seixo, e que privilégio poder descansar num poço raso de um rio, onde está sempre exposta a luz solar e ainda recebe visita dos peixinhos.
Beijos, amigo!
Um lindo e maravilhoso poema. Que essa fonte de inspiração nunca se esgote, são os meus votos sinceros.
ResponderExcluirBoa semana
Obrigada e Amém! :)
ExcluirBoa semana também!
Bom dia Sandra.
ResponderExcluirDissecaste com tanta beleza, vai fundo e inquieta.
Como é bom ler imensidões assim, parabéns!
Carinho e gratidão pelo acesso.
Muito obrigada pela visita e pelas considerações, Lucy!
ExcluirSeja sempre bem-vinda.
Um abraço carinhoso.
Ser rocha é ter acesso ao infinito, ser sem se gastar, sem se gabar, sem retroceder em pensamentos mofados, pedra livre de um corpo e de uma mente que deterioram, e que atire a primeira pedra aquele que é feito de carne e não erra, aquele que tem uma boca falante e não se equivoca. Que Deus nos livre de cristalizarmos nossos pensamentos como pedras, Sandra! Um abraço!
ResponderExcluirUm poema intenso que nos atinge como uma bátega de água inesperada. Há tantas pedras assim por esse mundo de Cristo. A nossa esperança é que nada é eterno e mais dia menos dia, as pedras, perdem toda a sua importância e voltam de novo a ser pó.
ResponderExcluirAbraço
Sandra... faltou-me ar ao entrar em cada verso, cada rima, cada palavra de seu poema... Impossível não absorver a força que dele exala!
ResponderExcluirGratidão de todo o coração por me trazer até aqui!
O seu espaço é lindo e de riqueza ímpar!
Desde já seguindo e com link em meu blog!
Um abraço carinhoso e o desejo sincero de vida longo aos seus ricos dons!
Querida Amiga.
ResponderExcluirHá pedras assim... em fogo... punhais... espinhos...
O poema está belíssimo e muito expressivo.
Tão belo, que qualquer comentário pode maculá-lo.
O meu terno abraço.
~~~
Obrigada, querida Majo!
ExcluirVolte sempre que desejar.
Um abraço brasileiro.
Até com pedras se pode fazer boa poesia.
ResponderExcluirE este seu poema não é bom, é excelente.
Parabéns pelo seu talento e pela inspiração.
Sandra, um bom fim de semana.
Beijo.
Obrigada, Jaime!
ExcluirVolte sempre, meu amigo!
Auuuuuuuuuuuuuuuuuu! Belíssimo e profundo poema.Amei e até senti uma pontinha de "inveja".Tem que nos blindar com um livro de poesias.
ResponderExcluirBom dia, seu lobo!
ResponderExcluirAgradeço os elogios, e que bom que tenha gostado, valeu por compartilhar no FB...Estou agradecendo pelos meus antepassados, porque são eles que escrevem através de mim, eu fico ligada no inconsciente coletivo, nas memórias primitivas e (segredo) essa é a minha fonte.
Um bom fim de semana pra você, Tom.
Rochas inertes, viajantes no espaço que acabam fazendo parte da vida. Lindo!
ResponderExcluirOlá, Norte!
ExcluirObrigada, e volte sempre!
Parabéns Sandra, por esta magnífica explosão de inspiração.
ResponderExcluirDe 2011? Venham mais!
Beijo amiga, bom domingo.
Obrigada, Teresa Dias!
ExcluirBeijos.
Simon and Garfunkel estavam, sem dúvidas, errados quando afirmaram que "...and a rock feels no pain..." Tua poesia é maravilhosamente subversiva.
ResponderExcluirAbraços.
As rochas sentem dor sim.
ExcluirUm abraço subversivo, Messias!
Lindo e intensidade não faltou nesse belo põem e desde o início mostravas belezas por aqui! beijos,valeu republicar! chica( linda semana!)
ResponderExcluirchica, sempre presente, atenciosa e gentil.
ExcluirObrigada, amiga!
Intensidade poética vejo po aqui. Sobejou inspiração e talento!
ResponderExcluirTive muito prazer em conhecer sua bela página! Parabéns!
Boa noite!
Boa noite, Diná!
ExcluirObrigada por visitar e deixar seu comentário tão gentil!
Um abraço e muito prazer em conhece-la.