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O ÚLTIMO POEMA (STEFAN ZWEIG)



O ULTIMO POEMA

As horas dançam com langor
Sobre os cabelos cinza-prata;
O fundo de ouro mostra a cor

Sentir tão perto o mais profundo
Dos sonos não transtorna... acalma.
Só quem já sossegou a alma
contempla satisfeito o mundo.

Do que alcançou não mais duvida;
Não mais lamenta o que perdeu.
Sabe que envelhecer é seu
Caminho para a despedida.
    
Na derradeira luz do dia
 é que a paisagem se libera;
E o homem ama a vida à vera
Quando, no escuro, a renuncia.

Tradução: André Vallias


LAST POEM

Gently hovers the hours olden
Dance over gray hair. But near
The cup s end at the golden
Bottom shimmers true and clear.

Prescience of last destination
Soothes us with her tender waves;
pure joy of worldcontemplation
Knows but he who nothing craves
  
Asks not what he missed of yore,
What he has been loosing, winning,
To whom aging is no more
Than a parting"s quiet beginning.

In farewell"s light, free as ever,
Shines the view that soon will fade,
Life more truly loves one never
than in renunciation"s shade.

Trans: Jenny Klabin Segall




6 comentários

  1. Tenho a esperança que um dia o Brasil estará entre as nações em que todos que aqui estão serão felizes.
    Beijos.

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    1. Não tenho mais esperança a esse respeito, Élys...
      Abços!!!

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  2. Já me dizia um velho professor:
    "-A esperança é a última que morre, mas morre...-"

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    Respostas
    1. Sei o que é pensar dessa forma...alguma coisa hoje em mim, morreu.
      Abraços

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  3. lindo poema. Traz à consciência o inexorável...

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