De tudo fujo, todo sujo de esperança
Branca lembrança da espera criança
Na ânsia do Viver
Sempre no refúgio
Do sorriso mais puro, ou num urro
No berro do serrote a comer
Madeira de Lei viver
O machado (sofrer) faz o talho
Retirando o orvalho da certeza crer
Que não basta nascer, crescer, morrer
É preciso sonhar o viver
Bem mais fundo
Que o poço sem fundo da solidão
Da profundidade do amar
Venho buscar-te, ó vida querida
Já és quase passado
Quase coisa esquecida
Traz-me a paz
Peneira que encobre a guerra
Mostra-me a luz
Que dissipa as incertezas da noite
Traga-me o amor, fantasia, enredo
Folclore de nossas vidas
Deixa-me vida, viajar
Na estrela rara e vulgar
Da vã consciência
Mas, buscando o meu "eu"
E o porquê de ser centelha
Da luz maior que é Deus.
Walter Moreno (2012)