Todo dia é tempo
De matar um leão por dia
De tanto cinza e asfalto
Dos reluzentes autos
Circulando por várias vias
Viadutos
Vales.
De tanto assalto
de sangue e salto
Os palhaços nem se dão conta
Da fumaça
Dos seus canos de descarga
Dos canos da desgraça
Desgraça!
Desgraça!
Desgraça!
Sufoco, suor e pele ressecada
De tanto ar quente e ar frio
De tanto ar frio e ar quente.
Vida levada na porrada
Tiro pra todo lado
Fuzil, a arma pesada
Nas mãos de pessoas indiferentes
Que acorda a gente no melhor do nosso sono
Quando sonhamos...???
Na madrugada.
Amanhece, olho o céu
Reconheço que estou viva
Dou graças a Deus.
Preciso escrever qualquer poesia
Que seja um "Bom dia"
Juntar todas as minhas forças
Matar o leão da vez.
Sandra May