sobre o querer bem
bem que te quis
bem mais que esperava
porém
por
mais bem te quisesse
não foi o suficiente
e mais eu não sei querer
não posso querer e
nem quero querer mais
quisera eu
querer-te e cobrir-te
com meus cabelos perfumados
como um dia fiz
também quem me dera
que o circo se estabelecesse na cidade
afastaria os fantasmas,
e as crianças
as tristes crianças
comeriam algodão doce colorido
maçãs do amor
pipoca salgada e doce
mas o circo pegou fogo
chamas e cinzas
e as lágrimas sujas dos atores
escorreram formando sulcos
como pequenos afluentes
de rios que não desembocam em mar nenhum
se perdem nas secas faces
dos tristíssimos palhaços sem graça
e sem palcos
foi caro o preço
do ingresso cancelado
dinheiro devolvido
endereço esquecido
a cidade as nuvens os sorrisos
o som das bandinhas
as mulheres os velhos e as crianças
os homens e seus ofícios
as lavadeiras os agricultores
os carpinteiros e as costureiras
todos, todos
se pasmaram desiludidos
se confundiram
com a imagem diluída
dos pobres mambembes
sumindo na curva da estrada
de terra seca e empoeirada
debaixo de um sol escaldante
descalços e mal trapilhos
andrajos corpos
carregando nas costas
apenas um pouco do que sobrou (porque sempre sobra...)
um fiapo de esperança.
que eu já entendo por teimosia
May
Nooooooooooooooossa! És demais de inspirada!perfeita e linda poesia! beijos, ótimo fds! chica
ResponderExcluirObrigada, chica!!!
ExcluirBjs.
Uauuu...Sem palavras para expressar o quanto achei seu poema maravilhoso, lindo e sensível!!!
ResponderExcluir..."um fiapo de esperança
que eu já entendo por teimosia."
Que máximo, adorei, parabéns, amiga!!
Obrigada, Dalva!!!
ExcluirBjs.
Que show de poesia e jogo de palavras Sandra.
ResponderExcluirUma poesia dura onde os fiapos arranham e sangram as mazelas desta vida.
Mas este mesmo fiapo sustém um pingo de esperança.
Lindo demais amiga, belo voo.
Abraços
Oi, Toninho!
ExcluirEsse fiapo não deixa o "pingo" secar...
Tenho minhas dúvidas sobre até onde é bom ou ruim arrastar insistentemente a esperança. Diziam, antigamente, que "quem espera sempre alcança", tenho dúvidas sobre essa afirmação, amigo.
Seu comentário ficou muito poético e agradável de ler, obrigada!
Se bem-me-quer me querer,
ResponderExcluirSem as pétalas eu o repor,
Fica o bem-me-que com a dor
E eu com a doce mulher.
Se o bem-me-quer não quiser
Querer que eu tenha e o amor
Seja do jeito que for,
Não vou meter a colher!
O coração do amante,
Sei que difere bastante
Do coração do amado.
Se a alma ama, o amor
Seja do jeito que for
Dará à luz por resultado!
Grande abraço! Laerte.
Oi, Laerte!
ExcluirE bora poemar...(meu verbo preferido)
Eu poemo, tu poemas...
Abraços, amigo!!!
É assim.
ResponderExcluirA humanidade precisa de fantasia, carnaval, circo, presépios
ou outra, para suportar a realidade dura e fria...
Foi um conto poético como uma alegoria, muito bem imaginado.
Sandra, para si desejo um tempo de paz, amor e harmonia.
Abraço terno.
~~~~
Sandra, está inscrita no meu blogue principal,
Excluirmas não tem interagido... Talvez tenha perdido o contato.
Procure no Google.../
refúgio dos poetas blogspot majo dutra
Tudo pelo melhor.
Beijos, Amiga.
~~~
Tô sempre lá rs rs rs!!!
ExcluirUma boa continuação de semana, Majo!
Muito obrigada, Sandra.
ResponderExcluirQue coisa! E ninguém disse nada!!
Eu via sempre o bonacheirão do sexto...
Foi uma boa ação.
Tudo de bom.
Abraço grande.
~~~
Oi, Majo!
ExcluirSugiro que você assista a este filme: https://dai.ly/x68sx5w , Carlota Joaquina. O que essa mulher fez com D. João VI é de chorar, coitado!
Tudo de bom pra você também!
Beijos
Gostei de ver, Sandra, deixou correr solto - um fluxo despudorado das palavras. Siga! Um beijo.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, e também por incentivar, Ulisses. Seguirei...
ExcluirBjs
Oi querida,
ResponderExcluirQuanta imaginação!
Linda demais
Beijos no coração
Lua Singular
Lua que no céu flutua.
Excluiramei sua visita, volte sempre. És muito bem-vinda!
Beijos!
Sandra, venho agradecer o simpático comentário e retribuir os votos que formulou.
ResponderExcluirUMA QUADRA NATALÍCIA MUITO FELIZ.
Abraço terno.
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Obrigada, Majo!
ExcluirAbraços também, ternos e fraternos.
E a esperança continua a ser a última a morrer.
ResponderExcluirTalvez mesmo por teimosia (ou por falta de melhores alternativas...).
Gostei das suas palavras, neste excelente poema.
Um beijo, amiga Sandra.
Concordo com você, Jaime!
ExcluirObrigada por sua visita, meu amigo. Volte sempre que desejar.
Beijo também.
"BEM QUE EU QUIS", que título brilhante para a torrente mágica de palavras que se fazem versos.
ResponderExcluirSandra, amei esta "história poetada". Amei, mesmo!!!
BOAS FESTAS, amiga!
Beijo.
Como sou grata por sentir palavras sinceras, Teresa! Sinto-me incentivada, muito obrigada.
ExcluirVolte sempre que desejar, és muito bem-vinda!
Abraços brasileiros.
Sandra, os meus votos de um Feliz Natal, que se prolongue por todo o próximo ano.
ResponderExcluirBeijo.
Assim seja, Jaime. Para nós todos!
ExcluirUm abraço brasileiro, meu amigo.
Fiz uma leitura na oblíqua, terei de voltar com mais calma.
ResponderExcluirAbraço Natalício e até já.
As fatalidades sovam mais frequentemente os pobres, os fracos, os desprotegidos, os mais vulneráveis. Infelizmente, encontram-se mais expostos às vicissitudes da vida. É um mundo demasiado injusto, apesar das alterações climáticas estarem também a atingir os outros. Quando isto começa a acontecer, os endinheirados ponderam, só porque a fatalidade atingiu-os, caso contrário não interessaria.
ResponderExcluirGostei do poema!
Abraço Natalício.
Muito obrigada pelo comentário, e volte sempre que quiser!
ExcluirAbraço também.
Sandra, comentou a TC mas eu só vi por acaso. Por qualquer razão, não permite ver como nos outros blogues. Obrigada e Feliz Natal!
ResponderExcluirUm poema que adorei.
ResponderExcluirEspero que o seu Natal tenha sido mágico, e que 2019 seja um ano de muita alegria e felicidade.
Abraço
Boa noite, Elvira!
ExcluirMuito obrigada pela sua visita e por desejar-me alegria e felicidade. Pra você também, com os faróis funcionando pra nos brindar com aquelas novelas envolventes.
Abraço também!
Auuuuuuu! Um belo poema duro e delicado ao mesmo tempo.
ResponderExcluirObrigada. A vida também é assim, dura e delicada,Tom!
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