La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade:
Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:
"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805)
Fonte: www.elsonfroes.com.br/bocage
Imagem da internet
Engraçado! Quando moleque Bocage era sinônimo de piadas picantes. Só mais tarde que fui descobrir o poeta lírico, erótico e anedótico do século XVIII (?). Bem lembrado. Gostei.
ResponderExcluirbeijogrande
Comigo foi assim também...rs!
ResponderExcluirAbraço,
Sandra
Sempre apreciei a irreverência deste poeta, Bocage, que nunca deixou de ser ele mesmo, ímpar.
ResponderExcluirConcordo, Edward. Mas, há muito preconceito! Ou se faz pornografia da mais baixa qualidade ou nos arriscamos a sermos julgados. Pelo menos, uma eu postei...rs !
ExcluirAbraços